perdido no som incessante da chuva acabo por cair desamparado no chão.

há automóveis que passam
mas nenhum pára
e a força da corrente arrasta-me penosamente até ao rio.

finalmente imponderável
liberto, por fim

dia quinze

quando o silêncio deixa ouvir o rumor das folhas e os ecos se esvanecem
resta a solidão

vivo num mundo que é meu e muitas vezes ao caminhar pelas ruas sinto-me ausente; como se fosse mero espectador de um filme

como se a minha existência não fizesse diferença

que diferença lhe faz se nunca nos voltarmos a ver?
de que serve gostar de uma música que nunca voltarei a ouvir?

insónia

acordei a desejar
não ser eu
quem estivesse a
acordar a desejar
não ser eu

sem título

percorri as linhas do metro à tua procura; com os olhos varri os cais na esperança de reconhecer a tua face.

voltei para casa vazio.

no alarms and no surprises

…please

la mer

and when the day arrives
i’ll become the sky
and i’ll become the sea

and the sea will come to kiss me
for i am going
home

nothing can stop me now
 
 
nine inch nails

quando está frio

quando está frio gosto de caminhar pela rua bem agasalhado num casaco. ao fim da tarde, quando o sol se põe atrás dos prédios e os faróis dos automóveis se começam a acender.

desolação

chove
chove sempre nas ruas desoladas
onde gélidos ventos dissipam a tua doce memória

se eu soubesse que era o fim

tinha esperado mais um segundo
mais um segundo para ter esperança
de sermos felizes até ao
fim

the day is yours

…but the night’s all mine