caminho de volta a casa, devagar.
caminho devagar pois nada me espera.
nada me espera a não ser a minha ausência.
caminho devagar pois nada me espera.
nada me espera a não ser a minha ausência.
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audio track: “foetus”, efterklang
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queria pegar neste momento como se pega numa fotografia e agrafá-lo aqui.
sinto-o como se fosse a sua ausência.
a sua ausência tão presente.
sinto-a como se fosse a sua mão.
a minha violência é proporcional ao quão pejados de ódio estão os meus pulmões. |
detesto-te. não podia ser mais simples. |
achas mesmo que me consegues roubar? |
eu não tenho nada. eu não. tenho nada. nada. |
como me podes roubar? |
vem. dá-me um murro pontapés. amassa-me os ossos parte-me a cara o nariz os olhos as trombas todas desfeitas em sangue |
|
os dentes todos e s p a l h a d o s pelo chão. como se riem de ti. |
estimo bem que te fodas. |
(2000)
é ao cheiro seco da desesperança que as pontas dos
dedos sabem após esgravatarem a gangrena de mais um dia.