os braços inertes ao longo do tórax. do crânio fendido brota um rio vermelho que alaga o passeio até escorrer para a sarjeta. a mulher, de joelhos. desarranjada. tenta estancar o sangue com as mãos. chora. os gestos são aflitivos. em vão.
o silêncio da hora de ponta deixa que o nome clamado seja ouvido.
marta
“jaz morto, no chão, o menino de sua mãe” não sei se está correcta a citação mas lembrei-me desta obra de Fernando Pessoa… foi o que me ocorreu, acho que tenho a mania de ligar tudo a qualquer coisa…
“o silêncio da hora de ponta deixa que o nome clamado seja ouvido” vou ficar a reflectir sobre estas tuas palavras uma vez que me ficaram presas na memória…
as tuas últimas frases são sempre surpreendentes…
paulo ribeiro
marta: ao certo é “jaz morto, e apodrece, / o menino da sua mãe.” conhecia esse poema mas não me tinha lembrado dele. fico contente por teres gostado da última frase pois não tinha a certeza se havia de a deixar ficar ou não.
BVG
o que te foste lembrar 🙁
lembro-me bem desse acontecimento.. se nos tivessemos apressado sabe-se lá se não eramos um de nós que ficasse ali, estendido..
secret
A tragédia espreita a cada segundo e contudo insistimos em viver como se fossemos eternos, como se o tempo se não esgotasse, como se fossemos diferentes dos outros, como se o que realmente importasse fosse aquilo com que nos preocupamos. Marcante
paulo ribeiro
bvg: é bem verdade… de qualquer das formas a única certeza na vida é a morte; não se pode mesmo fugir dela.
secret: a maioria das pessoas pode viver assim. mas eu dou por mim angustiado por ter noção que cada dia que passa são menos vinte e quatro horas que tenho para fazer tudo o que nunca fiz e sonho que um dia venha a ter oportunidade de fazer. obrigado.
Lost in Space
belo… brutal… beleza violenta. morbidamente poético…